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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Desatinos no chuveiro.




Preciso me lavar, ocultar essas lagrima insanas
Essas que rolam pela minha face, por motivo tão vil.
A água quente bate no meu corpo frio,
Atenuando a dor do meu corpo calejado.

Água quente que sai do chuveiro, lava meu corpo.
Tento tirar da minha pele impregnada o último suspiro de você.
Essa fragrância me desatina todas as vezes que penso te esquecer.
Água quente, fervente, queima minha pela, mas não alcança
Meu coração insólito, gelado, dilacerado.

Cai sobre meu corpo, água morna.
Coração morno.
Tenho aversão a tudo que é morno.
A mornidão é cruel, insensata.

O vapor da água quente, esfumaça o banheiro.
Dilata meus poros, me inspira a derramar o resto de você que há dentro de mim,
Me recolho no canto frio, e deixo a água escorrer pela minha pele
antes tocada, salgada pelo seu suor.
Como se fosse a ultima coisa que fizera.

Lavo-me das expectativas que eu fiz.
Dos sonhos que não viverei,
Da parte isolada do meu corpo que não foi tocada nem mesmo pela água.
Por fim lavo-me de toda sensação que me traz você.




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