
Povoa trovejante minha memória do passado
Noites claras do mês de abril
Trás até a mim aquele cheirinho da terra molhada
Chuva triste cai sobre o toldo da janela
Respinga o chão do meu quarto frio
Nublado céu de cor cinza
Já não é tão lindo como no verão passado
A chuva incensante vem fazer enxurrada
Para lavar as magoas do meu coração apertado
Mas a chuva não lava o tempo
A enxurrada suja trás também o lixo das lembranças do ontem
Mas há de se fazer vento novo
E eis que aurora trás o sol pra iluminar o amanhã
Um novo tempo sem dias úmidos
A umidade mofava meus sentimentos mais sinceros
E trazia o ácaro que sufocava meu folego
Agora vá dia nublado
Fechar o tempo de outros corações
Vá mofar os sentimentos perversos
E não os meus que só peca em razão de amar.
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