Pesquisar este blog

terça-feira, 17 de abril de 2012

Tédio virtual

Entendiado aqui mais uma vez
Essa tela só me mostra o outro
Faz esquecer-me de mim mesmo
Nada tem sido verdadeiro


Sentado aqui na mesma poltrona
Refaço as mesmas coisas
E sinto o mesmo gosto
Gosto sem graça de todos os dias


Até a tela se esquiva do meu olhar
Até ela sabe que coisas melhores existem no mundo lá fora


O tédio complementou sua materialização
Até naquilo que não é de verdade
E o virtual preenche o coração dos vazios


Sentado aqui  a monotonia devora a mim
Devora a poltrona, devora a tela
Devora o mesclado do que não sou
O que eu sou? A mistura do morto com o virtual


Sou prosa, sou rima, sou peso
Sou bytes, binômios
Ciência pura
Tecnologia irrelevante do meu ser


Sou a própria tela,
Sou a vela póstuma que se apaga
Sou fração matemática
Sou a rima do nada.


Nenhum comentário:

Postar um comentário